A maior unidade carcerária do Rio Grande do Norte foi notícia em todo o mundo por conta a crise que por lá se instalou no mês de janeiro durante a disputa de território das duas facções que coabitam o estabelecimento prisional. Depois de conter a crise dentro da penitenciária, o Governo do Estado iniciou a reforma dos pavilhões que foram destruídos durante as batalhas travadas entre os membros do Sindicato do Crime do RN e os do Primeiro Comando da Capital (PCC).
Nos primeiros dias após a retomada de controle, 50 caçambas carregadas de entulhos foram retiradas da unidade. O material era resultado da destruição provocada pela rebelião. A reportagem do NOVO entrou no Pavilhão III, que já estava quase pronto para servir de carceragem aos detentos. A estrutura, de acordo com a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc), vai abrigar 300 apenados.
O prédio foi readaptado e não tem mais a estrutura que dispunha antes do massacre. Os corredores com as celas agora têm as chamadas “cortinas de segurança”. São duas por corredor de celas.
Trata-se de barreiras de grades, que dificultam o trânsito de apenados em caro de rebelião, por exemplo. O piso também for reforçado com concreto. Contudo a Secretaria informou, através da assessoria de comunicação, que não pode divulgar quantos metros de concreto foram postos sobre o chão, alegando questões de segurança.
Sob o teto e acima o chão, foram montadas passarelas de metal, para que os agentes penitenciários possam circular e observar as movimentações dos presidiários. Também foi construída uma guarita, que tem visão para o pátio onde ocorre o banho de sol e para as dependências do pavilhão.
Cada um dos prédios disporá do próprio parlatório (local para conversa com os advogados) e uma sala destinada à visita íntima. Atualmente esses encontros ocorrem na própria cela onde vivem os detentos, que se separam com lençóis para receber as companheiras. Todas as tomadas que antes eram utilizadas pelos internos para ligar eletroeletrônicos também foram retiradas. A Sejuc confirmou que vetará a entrada dos aparelhos.
Antes da reforma, as edificações eram como uma casa com grades que prendiam os mais de mil homens reclusos em Alcaçuz, o que dificultava a ação dos agentes no interior dos pavilhões e propiciava as atividades irregulares dos presos.
Ainda de acordo com as informações repassadas pela pasta de Justiça e Cidadania, os pavilhões I e II devem ser entregues até o fim de maio. O projeto é readequá-los nos moldes do que foi feito PV III. Os prédios vão funcionar como uma espécie de pequenas penitenciárias individuais.
Com relação ao Pavilhão IV, onde aconteceram as mortes e a maior parte das brigas entre os apenados, o Governo ainda não decidiu o que vai fazer. “A situação ainda será avaliada”, informou a assessoria da Sejuc.
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