A condenação do delator foi decorrência da chamada 'Operação Candeeiro', deflagrada pelo Ministério Público em setembro de 2015. Além dos 17 anos de prisão, Gutson foi sentenciado a restituir R$ 13.790.100,60 aos cofres do Idema, coisa que ele afirma já ter feito. Outras seis pessoas também foram condenadas pela Justiça.
A expressão "maior desvio de recursos públicos que se tem notícia na história do Rio Grande do Norte" foi usada 16 vezes pelo juiz Guilherme Newton Pinto, da 6ª Vara Criminal, na sentença condenatória do processo da Operação Candeeiro.
O único que permanece preso, mesmo que em domicílio, é o próprio Gutson. Até o final de junho, a propósito, ele aguarda progressão da pena para o cumprimento da sentença em regime semiaberto – quando também deverá deixar de usar tornozeleira eletrônica.
A entrevista de Gutson, exclusiva ao G1, foi acompanhada por um dos advogados. Ele só não quis falar sobre a delação propriamente dita, pois alega já ter falado tudo o que deveria ao Ministério Público – incluindo, segundo ele, como teria sido a participação de um senador e dois deputados federais no esquema. Na semana passada, o deputado estadual Ricardo Motta, que presidiu a Assembleia Legislativa entre os anos de 2011 e 2015, foi denunciado pelo Procurador-Geral de Justiça do RN por envolvimento nos desvios dos recursos do Idema. De acordo com a denúncia, dos R$ 35 milhões, o parlamentar teria usurpado R$ 19 milhões, tendo embolsado R$ 11 milhões deste montante.
Durante a entrevista, Guston também pediu para que não fosse revelado o endereço dele. O delator tem medo de morrer. “O tempo todo”, confirmou. Gutson contou que dorme pouco, de três a quatro horas por noite, e que o restante do tempo fica sentado numa posição que não lhe permite tirar os olhos do portão do condomínio. Certa vez, disse que foi reconhecido dentro do residencial. “Quase enfartei”, disse.
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