As mãos não se separam há mais de meio século e estão sempre unidas em um firme aperto entrelaçado. Eles ainda andam de mãos dadas e fazem todas as refeições juntos. Uma rotina que os aposentados Dezilda, de 91 anos e Zezito, de 96, mantêm há 70 anos. O segredo para tanto tempo de união? “Ah, tem que ter muito jogo de cintura”, responde, sem titubear, seu Zezito. E dona Dezilda completa: "Só quem vai nos separar é a morte", diz, apaixonada.
A união que começou em 1947 rendeu frutos: 13 filhos, 25 netos e 20 bisnetos. Os dois são de Nova Cruz, cidade do interior do Rio Grande do Norte. Foi no Natal de 1944 que seu Zezito, em uma tentativa de se aproximar de dona Dezilda, chamou ela para passear em um parque de diversões que estava na cidade. Os dois brincavam num brinquedo popularmente conhecido como ‘canoa’, quando o primeiro beijo aconteceu. “Sorte que a canoa não virou”, brinca Dezilda. Desde então, não se desgrudaram mais.
Entre brincadeiras e revelações, o casal conta histórias enquanto dona Dezilda mostra um dos segredos que, segundo ela, ajudaram a conquistar o marido. “Eu que fiz esse bolo, esses biscoitos, esse brownie e essas raivinhas. Tudo receita de família. Esse é um dos segredos que conquistou esse aqui”, brinca ela, apontando para Zezito, que se delicia com um bolo.
A panela de pressão
E como nem tudo são flores, o casal relembra uma história que deixa um clima engraçado no ar. Enquanto seu Zezito conta, dona Dezilda balança o pé, incomodada, e se prepara para contestar a versão do marido. “Olhe, você conte essa história direito”, brinca a aposentada.
A história da panela de pressão é contada entre risos, brincadeiras e um clima nostálgico. Como presente do Dia dos Namorados, seu Zezito resolveu comprar uma panela de pressão como lembrança. “Era novidade e estava na moda”, conta entre risos.
Dona Dezilda disse que assim que recebeu o presente não falou nada, agradeceu e foi guardar a panela. “No outro dia, quando eu fui dar milho para as galinhas, lá estava a panela no galinheiro, servindo de prato para os bichos”, relembra zezito.
Dezilda se defende: “Não gostei. Eu queria ganhar um perfume, uma joia, e ele me dá uma panela?! Botei lá no galinheiro e ele nunca mais me deu panela de presente”, conta.
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