quarta-feira, 19 de julho de 2017

Obras do acesso sul ao aeroporto seguem paralisadas e sem previsão de retomada

Encarada como uma importante obra para o Rio Grande do Norte, a intervenção que visa concluir o acesso sul ao Aeroporto Internacional Governador Aluízio Alves, localizado no município de São Gonçalo do Amarante, na Grande Natal, segue paralisada e sem qualquer previsão de retomada. Pelo menos foi isso que afirmou ocorrer neste momento o diretor do Departamento de Estradas e Rodagens (DER), Jorge Fraxe, em conversa com o Agora Jornal.

Há pouco mais de um mês, Fraxe havia informado à reportagem que a obra em questão estava paralisada devido às chuvas que atingem o território potiguar desde junho. Naquela oportunidade, o diretor do departamento revelou não valer a pena recomeçar as intervenções na região uma vez que elas seriam dificultadas pelo volume de água que vem caindo neste período de inverno. Ou seja, se fosse apostar na mesma, o trabalho poderia ficar mal feito e, depois, necessitar de reparos.

“Não temos como fazer pista no momento, porque estamos em época de inverno; época de chuvas. Mês de junho e julho é muito complicado para fazer obras em pistas. Com o solo encharcado, não temos como fazer, porque ele fica borrachudo e a estrada cria vários buracos. É impossível fazer, a não ser que seja de qualquer jeito e acabe se tornando uma lambança”, declarou Fraxe em 13 de junho.

Buscando uma atualização no quadro, o Agora Jornal voltou a entrar em contato com o responsável do DER e o questionou sobre o caso. Sucinto, Fraxe elencou dois motivos para a obra ainda não ter sido retomada, sendo um deles a persistência do período chuvoso, que embora esteja menos insano, ainda se faz presente na capital potiguar e tem deixado a população em sinal de alerta. O segundo motivo é a inadimplência do governo, que está com uma dívida de R$ 5 milhões para ser quitada.

“As obras não voltaram. Primeiro, porque as chuvas não pararam e, segundo, porque o governo continua inadimplente. Estamos com uma ação no Supremo Tribunal Federal para ver se a situação passa a ficar adimplente e a gente consegue a Certidão de Regularidade Previdenciária para tocar a obra. Enquanto isso não ocorrer, vai continuar tudo parado. Sem regularização não teremos como retomar. Não se retoma nada com uma dívida de R$ 5 milhões”, declarou.

Originalmente orçadas em R$ 76 milhões – valor levantado durante a gestão de Rosalba Ciarlini (PP) como governadora do Rio Grande do Norte –, a obras dos acessos Norte e Sul ao aeroporto subiram para R$ 90 milhões em virtude dos atrasos na execução. O asfalto do acesso Sul do aeroporto terá, em sua conclusão, 18,79km de extensão, ficando, assim a 2km de distância da BR-304. Ao todo, foram R$ 20 milhões contingenciados pelo governo federal.

Apesar da demora em sua conclusão, a obra do acesso Sul, quando concluída, permitirá uma grande evolução no tráfego potiguar daquela região, conforme previu Fraxe ainda na entrevista concedida na primeira quinzena de junho. “Ela vai retirar parte do tráfego que aglomera e engarrafa muito os eixos da ponte da Redinha e da ponte de Igapó. Vai jogar para fora dessa área conturbada nosso anel viário que estamos planejando, do qual o acesso sul faz parte, de modo que, quem vem do Norte e do Noroeste em direção ao estado, não vai precisar entrar em Natal”, disse o titular do DER, completando com um exemplo:

“O combustível de Clara Camarão, que é um querosene de aviação exportado para São Gonçalo, já vai direto para lá. Quem vier do Ceará, Pernambuco e Paraíba, vai passar por fora, parando na Reta Tabajara; dali, desce para Parnamirim ou vai para Mossoró, mas não entra em Natal. As cargas pesadas de exportação não passarão mais pela capital e isso vai aliviar muito o tráfego”, encerrou.

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