A doação no valor de R$ 475 mil recebida pela campanha da senadora Fátima Bezerra (PT) em 2014 da Sucocítrico Cutrale Ltda, empresa que compõe o cadastro do Ministério do Trabalho de empregadores que submeteram seus funcionários a condições análogas à de escravidão, é apenas uma das contribuições que levantaram certa suspeita acerca do modo de arrecadação que a petista utiliza em suas campanhas.
Em março, reportagem do Portal Agora RN/Agora Jornal mostrou que a JBS S/A, empresa investigada pela Polícia Federal nas operações Lava Jato e Carne Fraca, destinaram recursos para a campanha da senadora em 2014. Outros candidatos também receberam, mas entre os parlamentares potiguares que concorreram naquele ano, Fátima foi a mais beneficiada com verbas desta natureza.
Naquele pleito, a petista declarou à Justiça Eleitoral ter recebido doações da ordem de R$ 1,165 milhão da JBS S/A. Os repasses aconteceram por meio de três depósitos: R$ 500 mil provindos do Diretório Estadual do PSD e outros dois créditos de R$ 475 mil e R$ 190 mil, oriundos do Diretório Nacional do PT.
Em maio, o diretor de Relações Institucionais e Governo da J&F (holding do grupo JBS), Ricardo Saud, citou em um depoimento de delação premiada que os R$ 500 mil recebidos pela campanha da senadora foram pagamento ilícito disfarçado de doação oficial. Ele apontou que o dinheiro era oriundo da conta de propina do PT e classificou esses recursos de “carimbados”.
De acordo com Saud, o pedido partiu do então tesoureiro da campanha de Dilma Rousseff (PT) à Presidência, Edinho Silva. “Tudo doação dissimulada, isto era dinheiro de propina”, afimou Ricardo Saud. O dinheiro classificado pelo delator como “carimbado”, foi destinado às candidaturas de Fátima Bezerra, da senadora Angela Portela (PT-RR) e do governador de Minas Gerais Fernando Pimentel. Ricardo diz que tem como comprovar os pedidos de propinas de Edinho a partir de “bilhetinhos” que contém números ao lado do nome de Fátima Bezerra.
De acordo com Saud, o pedido partiu do então tesoureiro da campanha de Dilma Rousseff (PT) à Presidência, Edinho Silva. “Tudo doação dissimulada, isto era dinheiro de propina”, afimou Ricardo Saud. O dinheiro classificado pelo delator como “carimbado”, foi destinado às candidaturas de Fátima Bezerra, da senadora Angela Portela (PT-RR) e do governador de Minas Gerais Fernando Pimentel. Ricardo diz que tem como comprovar os pedidos de propinas de Edinho a partir de “bilhetinhos” que contém números ao lado do nome de Fátima Bezerra.
Além dessas doações em 2014, outra verba arrecadada por Fátima, mas durante sua campanha à Prefeitura de Natal em 2008, é alvo de suspeita. Em denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o senador Garibaldi Alves Filho (PMDB), é apontado que o peemedebista teria solicitado, naquele ano, o pagamento de R$ 125 mil em propina (verba a ser destinada para Fátima) para o então diretor da Transpetro, subsidiária da Petrobras, Sérgio Machado.
Garibaldi e Machado, segundo a PGR, ajustaram o pagamento da vantagem indevida por meio de doação efetivada ao Diretório Estadual do PMDB no Rio Grande do Norte. Seis dias depois de o pagamento ser efetivado, o dinheiro foi parar na conta da então candidata à Prefeitura de Natal Fátima Bezerra (PT), que tinha o apoio de Garibaldi no pleito.
Os detalhes da negociação foram acertados, segundo apontam as investigações do Ministério Público Federal, pelo então assessor de Garibaldi Lindolfo Sales. Na denúncia, a PGR aponta que, para atender ao pedido do peemedebista, Sérgio Machado solicitou aos empresários Luiz Fernando Nave Maramaldo e Nelson Cortonesi Maramaldo, controladores da NM Engenharia, que realizassem uma doação no valor de exatos R$ 125 mil ao Diretório do PMDB/RN.
A investigação dos extratos de prestação de contas do PMDB na campanha eleitoral daquele ano mostra que o valor foi depositado em 11 de setembro, com a quantia sendo liberada no dia seguinte. Em seguida, o dinheiro foi encaminhado ao comitê financeiro da petista. “Por esse meio, constata-se que o exato montante de R$ 125.000 doados pela NM Serviços chegou em meros seis dias úteis do Diretório Estadual do PMDB-RN à campanha de MARIA DE FÁTIMA BEZERRA, então candidata do PT ao cargo de prefeita da cidade de Natal, pela coligação ‘União por Natal’ (PT, PMDB e PSB)”, assinala a denúncia. continuar lendo...
Agora RN
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