Apesar da falta de informações básica, houve um aumento de buscas no internet pelo termo “conjuntivite” em Natal, segundo dados do sistema Google Trends, que monitora a base de dados de pesquisa do buscador Google. O crescimento foi de 80% entre os meses de janeiro e abril.
O Agora RN visitou a Unidade de saúde do bairro de Mãe Luiza, na zona Leste de Natal, e por lá os casos dispararam. Após algumas semanas sem qualquer registro de paciente com a enfermidade, o centro de atendimento recebeu 17 pessoas que foram buscar alívio para os sintomas da conjuntivite. “Os casos aumentaram muito. É um surto. Estamos recebendo os casos e encaminhando para os atendimentos oftalmológicos”, diz a enfermeira, Silvana Cruz, ao manusear as diversas fichas de cadastro de pacientes.
A conjuntivite é uma inflamação da conjuntiva, a membrana que reveste o globo ocular. A doença dura cerca de 15 dias, e não deixa sequelas. A transmissão é feita por contato direto com secreções oculares da pessoa infectada ou, de forma indireta, por contato com superfícies e objetos.
Não muito longe de Mãe Luíza, no Hospital Municipal de Natal, a médica pediatra Socorro Santos deixava mais um plantão de atendimento. “Atendi diversos casos hoje. A situação é bem séria. Não é comum acontecer neste período, pois os surtos são registrados entre janeiro e fevereiro”, detalha.
O médico oftalmologista Márcio Florêncio explica que o atual surto da doença é de causa viral. “A doença é de fácil disseminação. As pessoas acabam indo trabalhar doentes e passando para as outras”, detalha o médico.
Segundo ele, a rápida disseminação do vírus está correlacionada com os recentes períodos chuvosos. “As pessoas saem pouco das casas e isso facilita o contágio. O aumento nos casos é comum nos períodos de verão e também quando há muita chuva”, explica.
Ao verificar que está com um dos sintomas da doença, como ardência no globo ocular, lacrimejamento excessivo e os notórios olhos vermelhos, o paciente com algum sintoma deve procurar um oftalmologista. “A ideia é para tratar a doença de forma rápida e evitar a disseminação”, detalha.
Ainda segundo ele, não há prescrição de medicamentos para o tratamento da conjuntivite viral. “Os cuidados são paliativos, com o uso de colírios e de compressas, para reduzir os sintomas. O necessário, contudo, é o repouso, e esperar que o vírus seja expulso do organismo”, reforça.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informa que não há faz o registro de conjuntivite. Também não há estatísticas relacionadas à doença. O órgão aponta que a conjuntivite não é uma moléstia de notificação compulsória. Em caso de contágio, a pessoa infectada deve procurar serviços oftalmológicos ou as unidades básicas de saúde. Atualmente, o município tem 58 unidades básicas de saúde
Agora RN
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