“Não vejo possibilidade do afastamento com base nisso. Para reprovar as contas e ainda mais afastar um governador, tem que ser algo muito grave e a própria análise da PGR, a princípio, não foi visto nenhum crime, nenhum ilícito, tanto que decidiu devolver o caso para a Assembleia já demonstra que não houve crime”, analisou o procurador-geral do Estado, Wilkie Rebouças.
Em nota divulgada na semana passada, o vice-procurador-geral da República, Luciano Maia Mariz, afirmou que considerou que os atos alegados no pedido do “Ministério Público do Rio Grande do Norte para abertura de investigação criminal contra o governador Robinson Faria, referente à prestação de contas da gestão, não configuram crimes previstos na legislação penal. Por este motivo, e, por possivelmente, ter ocorrido apenas infrações político-administrativas, encaminhou a representação à Assembleia Legislativa do Estado para que aprecie o assunto”.
Na visão de Wilkie Rebouças, porém, o caso é ainda mais simples, pois nem mesmo o próprio MPRN viu crime na conduta do governador. “Pelo que entendi, na aprovação do parecer, o próprio TCE já aprovou, também, o encaminhamento do parecer para o MPRN e para o MPF. E como, no caso do governador, o órgão responsável é o PGR, o Ministério Público deve ter encaminhado direto para lá”, esclareceu o procurador-geral do Estado.
Devolvido o caso para o Rio Grande do Norte, onde chegou agora as mãos da Assembleia Legislativa, o parecer do TCE deverá ser analisado por pelos deputados estaduais que, primeiro, votaram as contas de 2016 e, só depois, a possibilidade de crime de responsabilidade. “Na minha avaliação, só após rejeitar ou aprovar as contas é que se pode falar se houve ou não ilícito. São questões técnicas que precisam ser avaliadas primeiro”, acrescentou Wilkie.
Agora RN
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