O primeiro caso foi registrado no bairro da Ribeira, na última quinta-feira, 11. Arlindo Pereira do Nascimento Neto, de 38 anos, tentou assaltar um ônibus e acabou capturado pela população, que o espancou até a morte.
O segundo caso aconteceu no dia seguinte, na sexta-feira, 12. Mateus Miranda do Nascimento, de 18 anos, realizava manobras com uma moto, quando perdeu o controle e atropelou uma criança de um ano e meio. Populares também o agrediram até a morte. O menor também acabou morrendo no local.
O terceiro caso aconteceu na Avenida Maria Lacerda, em Nova Parnamirim, no último sábado, 13. Um homem suspeito de tentativa de estupro foi agredido pelos populares. A polícia, entretanto, chegou a tempo ao local e encaminhou o homem para uma unidade hospitalar.
A Polícia Civil informou em nota que, para o prosseguimento das investigações, o crime registrado no bairro de Nazaré terá condução da delegada Andreia Oliveira, e a ocorrência no bairro da Ribeira será conduzida pelo delegado Matheus Trindade, ambos da DHPP. As agressões ao suspeito de estupro estão sendo conduzidas pela Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam) de Parnamirim.
O criminólogo e especialista em segurança pública Ivênio Hermes declarou que esse senso de justiça por parte da população surge da falta de punição. “O linchamento é fruto direto da ausência do Estado em punir e coibir o crime ou não sendo célere nessa ação, levando o cidadão a se sentir abandonado por aqueles que deveriam lhe proporcionar a segurança, e despertando nele o senso de justiça que não percebe no Estado”, explicou.
A socióloga Zeneide Bosco explicou que estamos vivenciando níveis elevados de intolerância e que discursos de ódio estão sendo mais tolerados. “As pessoas não veem mais o Estado enquanto provedor de segurança e tentam fazer justiça com as próprias mãos, tanto que facilmente se proliferaram discursos de ódio pelo País. Neste caso, foram pessoas que, de alguma forma, cometeram um crime, o que causa indignação na sociedade”, finalizou.
Agora RN
Nenhum comentário:
Postar um comentário