A mãe teme pelo tempo de espera. "Eu tenho medo do que pode acontecer. Essa resposta que não sai. Todo dia fico esperando a médica me dar uma notícia boa. O mais difícil Deus já me deu, que é a irmã dele, compatível. A gente fica pedindo socorro, que alguém faça alguma coisa", diz Fernanda Rodrigues.
A luta de Raí exemplifica as dificuldades pelas quais passam muitos pacientes que aguardam um órgão. O Dia Nacional de Doação de Órgãos, comemorado em 27 de setembro, é um marco importante principalmente para quem depende de uma doação para poder viver bem. Atualmente, 44% das famílias de possíveis doadores se recusam a doar.
Segundo a Central de Transplantes do RN, a retomada das operações de medula óssea em crianças está dependendo da implantação de uma UTI pediátrica, de acordo com as normas e critérios exigidos pelo Sistema Nacional de Transplantes e Ministério da Saúde. Para fazer o transplante em outro estado, Raí precisa de um encaminhamento da Central do Transplante do RN. A Central informou que ele passará por consulta médica para que seja encaminhado, mas o prazo para isso não foi divulgado.
Conseguir uma doação de rim é o sonho da dona de casa Maria do Socorro Pereira, de 60 anos. Ela tem que deixar o município de Canguaretama três vezes por semana e viajar até Natal para passar quatro horas na máquina de hemodiálise. "Eu gosto muito de viver, amo meus filhos e meus netos", diz. Como ela, o estado tem cerca de 1800 pacientes que realizam hemodiálise enquanto esperam doação.
Crianças como João Gabriel também precisam passar por hemodiálise. Ele passa pelo mesmo procedimento, três vezes por semana, há nove meses e ainda busca encontrar um doador. A mãe dele, Simone Campelo, torce para que venha logo. "Para ele ter mais qualidade de vida", diz.
A médica Thaís Cruz explica que quanto antes for realizado o transplante, maior é a possibilidade dessas crianças crescerem com saúde. Porém, ela afirma que a fila de doações tem andado muito pouco no estado, principalmente quando o paciente é menor de 18 anos. A solução, por enquanto, é buscar tratamento em outros estados do país.
Com informações do G1/RN
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