quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Sindicalistas fazem ato em defesa da ação contra a Guararapes no MPT

O movimento sindical realiza um ato neste momento em frente ao prédio do Ministério Público do Trabalho em defesa da ação civil contra a Guararapes e em solidariedade a procuradora Ileana Neiva. Cerca de 100 pessoas de diversas organizações estão presentes, como centrais sindicais, associações e sindicatos.

"É um ataque brutal do grupo Guararapes contra o MPT. Nós temos clareza que os ataques são para desviar a atenção do desrespeito as leis trabalhistas", afirma Juvêncio Godeiro, do sindicato dos bancários do RN.

"Desde 2010 que o MPT fiscaliza a Guararapes, não é de hoje. E eles aproveitaram esse momento de reforma trabalhistas para fazer essa ofensiva. Estamos aqui para externar solidariedade ao MPT e a doutora Ileana", completa.

Os discursos falam, sobretudo, de apoio a procuradora Ileana e ao MPT. A avaliação é que a Guararapes pressiona o trabalho de fiscalização e apresenta argumentos falaciosos. "Flávio Rocha engana quando fala que criou 2.300 empregos nas facções, porque no mesmo período foram excluídos 2.500 empregos na Guararapes. O lucro deles é de mais de R$ 300 milhões e eles querem mão de obra barata para ter mais".

Na semana passada, funcionários da Guararapes fizeram uma manifestação contrária à ação no mesmo local. Juvênio Hemetério avalia que o ato organizado pela empresa, com adesão de cerca de cinco mil funcionários, é "oportunismo" e "defesa de interesses privados". Ele acredita que os funcionários que estiveram presentes foram pressionados a estar presentes no dia. "Eles liberam os trabalhadores no dia para vir para cá com ônibus da empresa. Na greve geral em abril deste ano (puxado pelas centrais sindicais), os mesmos trabalhadores da Guararapes aderiram o movimento e foram criticados. Na época, eles disseram que perderam R$ 6 milhões por causa de um dia sem trabalho", diz.

Marcos Antônio, coordenador do Movimento de Lutas nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), afirma que, apesar de não ter uma atuação direta na fábrica, é interesse de outros movimentos sociais defender o MPT porque toda a população sofre com isso. Ele cita que nas ocupações do Movimento, existem pessoas que já trabalharam na Guararapes e, com a demissão, precisaram ir para a rua. Além disso, ele classifica a postura de Flávio Rocha como hipócrita porque "ele é um dos homens mais ricos do Brasil e está chorando por R$ 30 milhões, quando ganhou mais de R$ 300 milhões". "E o trabalhador, que muitas vezes fica sem uma cesta básica porque não cumpriu metas nessa empresa? Eu já vi muito", questiona.

Tribuna do Norte

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