Um dos principais passos rumo ao sonho de Vilma, o Enem parecia algo distante dois anos atrás. Ela deixou a escola em 1995, aos 16 anos de idade, depois de engravidar do seu namorado, o porteiro Emerson, com quem se casou e vive até hoje. Os dois precisavam trabalhar para sustentar a Érica, que hoje tem 22 anos e está se formando pedagoga. O casal ainda teve a Débora, de 18 anos, e o pequeno Grabriel, de 7.
O incentivo para voltar à sala de aula e buscar uma graduação veio de muitos lados: do marido, dos filhos, dos próprios colegas de trabalho. Vilma está empregada há três anos em uma escola particular de Natal. O apego às crianças e o bom relacionamento com os profissionais da instituição foram decisivos na escolha pela Pedagogia. Mas ela sabia que o caminho não seria fácil.
Mais difícil que conseguir as boas notas, revela, é superar a distância da família. "Saio de casa de manhã cedo. Quando chego em casa, de noite, meu filho já está dormindo. É um sacrifício muito grante, mas vai valer à pena", ressalta.
Um sacrifício que é enfrentado também pelo marido, o Emerson. Porteiro em outra escola particular da capital, ele já faz o curso de Letras Português em uma faculdade privada. As filhas mais velhas ajudam no que podem em casa, para que os pais consigam realizar seus sonhos.
Além das aulas do curso supletivo, a ASG se prepara para o Enem também assistindo aulas na internet. Nesta semana, pretende focar na interpretação de texto, que é importante para as disciplinas do primeiro dia de provas, envolvendo linguagens, por exemplo. Ela quer conseguir notas suficientes para ingressar na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), mas não pretende desistir do sonho se não conseguir desta vez.
Vilma dá a fórmula para quem também parou de estudar, mas ainda sonha em fazer o Enem: "É não desanimar. Nunca é tarde para recomeçar. Quando voce tem um sonho, uma meta, basta correr atrás, que não tem nada que lhe impeça. Eu acredito nisso", diz.
Com informações do G1/RN
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