sexta-feira, 30 de junho de 2017

Juiz discute com policiais e sugere que eles estudem para concurso

O juiz de Execuções Penais de Natal, Henrique Baltazar, envolveu-se em polêmica nas redes sociais. Após reproduzir em sua página do Facebook uma reportagem onde o foco é a proibição de greves de policiais e agentes penitenciários, determinada pelo Supremo Tribunal Federal, o magistrado debateu com outros internautas e sugeriu que policiais militares que participavam da discussão estudassem para passarem em concurso público para promotor de Justiça ou juiz.

Na postagem de Henrique Baltazar, alguns internautas comentaram e criticaram a decisão judicial. Policiais que foram à página reclamaram sobre a determinação e o juiz afirmou que os magistrados também não poderiam fazer greve. Foi quando a discussão se acalorou.

"Porém juízes não passam pelos problemas e dificuldades que passam os agentes de segurança. Se as forças policiais tivessem o mesmo tratamento, com certeza também não usaria deste artifício pra forçar o governo a ter ao menos um pouco de atenção e investimento", postou um internauta.
Outro internauta relatou os pagamentos de aproximadamente R$ 150 mil a membros do MP recentemente, referentes a férias e benefícios acumulados. "Essas vantagens podem até não serem ilegais para eles, mas isso é, no mínimo, imoral", postou, recebendo resposta imediata de Henrique Baltazar.

"Estudem. Quem sabe não passam no concurso para juiz ou promotor", disse o juiz.


Vários policiais criticaram a postura do magistrado e afirmaram que estavam na PM por vocação e que não tinham intenção de mudar de carreira, mas sim valorizar a profissão de policial. Baltazar afirmou que não teve a intenção de diminuir a importância da carreira policial.

"Em uma guerra tanto são importantes os soldados como os generais, mas suas ações são diferentes. Como vocês são praças, minha esposa é agente penitenciária (praça, portanto). Não desmereço qualquer profissão, pois creio que todas são importantes. Entretanto, não me parece que o auxiliar de enfermagem (por mais importante que seja seu trabalho) deva ganhar igual ao médico; nem o sargento deve ganhar igual ao general. As formações são diferentes e as remunerações equivalem a isso", comparou o juiz, afirmando ainda que é defensor de melhores condições de trabalho aos policiais do estado.

Questionado sobre os benefícios, o magistrado disse que não via regalias no judiciário, "mas sim uma gestão melhor, talvez porque não precise fazer politicagem com o dinheiro público". Henrique Baltazar também afirmou que não acha correto o auxílio-moradia, mas que não abre mão do benefício.

"Também não acho correto o auxílio moradia, mas não (sou) hipócrita em recusar se estão pagando, enquanto há vários anos não temos aumento de salário. Quanto às férias, como também acho excessivas, nunca gozei os dois meses anuais. Na verdade, mais que as férias, acho abusivo o recesso natalino, o qual, se a OAB entende tão importante (tanto que o exige), deveria ser incluído em um dos períodos de férias. De qualquer forma não vejo reclamações aos períodos de férias dos professores", justificou.

Tribuna do Norte 

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