quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Desembargador aposentado preso no RN foi procurado para atuar na defesa de Henrique Alves

O desembargador aposentado Francisco Barros Dias, preso nesta quarta-feira (30) em Natal durante a operação Alcmeon, foi procurado em junho passado pela defesa de Henrique Eduardo Alves para atuar em favor do ex-ministro no processo da operação Manus - um desdobramento da Lava Jato. A informação está na decisão do juiz federal Mário Jambo, que autorizou os pedidos de prisão preventiva do ex-desembargador, bem como os de condução coercitiva e busca e apreensão solicitados pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal, para a deflagração da operação Alcmeon.

A Operação Alcmeon busca desarticular um grupo que explorava a compra e venda de votos e sentenças junto a uma turma do Tribunal Regional Eleitoral da 5ª região. Segundo a PF, o grupo agiu, inclusive, em processos relacionados à operação Lava Jato. Em nota, a defesa de Francisco Barros "nega veementemente a participação do advogado Francisco Barros Dias em qualquer conduta desonrosa e ressalta ainda que confia na Justiça e na verdade dos fatos".

De acordo com a decisão de Mário Jambo, um diálogo interceptado de uma ligação entre Barros Dias e o advogado de Henrique Alves em Brasília, Marcelo Leal, evidencia o crime cometido pelo ex-desembargador, apontando sua contratação para atuar na defesa do ex-ministro no Rio Grande do Norte.

Na decisão, Jambo afirma que “confirmou-se que de fato Francisco Barros Dias vem prestando serviços advocatícios ilícitos, com base na exploração de prestígio, perante o Tribunal Regional Federal da 5ª Região, em desrespeito à quarentena constitucional, de forma reiterada e ininterrupta”. Barros se aposentou em 2015 e, de acordo com a lei, teria que ficar três anos sem advogar.

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