quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Falta de perspectiva preocupa catadores de recicláveis da zona oeste de Natal

Clodoaldo do Nascimento, 44 anos, foi um dos catadores retirados ontem da estação de transbordo
O catador de material reciclado Clodoaldo do Nascimento de Lima, 44, um dos muitos trabalhadores em situação irregular retirados ontem pela manhã da estação de transbordo em Cidade Nova durante a Operação Limpeza, disse não saber o que fazer para sustentar a família se for impedido de trabalhar no local. “Sou pobre, preto e catador de lixo, estou desempregado há três anos e trabalho aqui para não passar fome – na rua as pessoas têm medo da gente, preconceito, e julgam pela aparência. Mas quem está aqui não tem outra opção de renda”, argumentou o trabalhador informal.

Clodoaldo é proprietário de um dos animais apreendidos pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb) durante a ação, deflagrada na manhã desta quarta-feira (22) com apoio da Guarda Municipal, Polícia Civil e fiscais da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Semsur). O catador de lixo contou que começou a trabalhar no lixão quando tinha apenas 10 anos. “Ainda trabalhei onze anos de carteira assinada, mas a empresa faliu e nem a rescisão de contrato me pagaram. Se não querem a gente aqui dentro, então que a Prefeitura arranje uma alternativa”, sentencia.

O chefe de fiscalização da Semsur, Carlos Falcão, contou que a Prefeitura de Natal e a Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social (Semtas) desenvolve há três anos “um programa para requalificar catadores, carroceiras e seus familiares, mas apenas 280 se inscreveram dos dois mil cadastrados. Poucos estão interessados”, avaliou.


Tribuna do Norte

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