

Por volta das 10h desta quinta-feira (05), muitas pessoas, atingidas e não-atingidas, estavam no local. Sentados sobre restos de camas, mulheres e homens esperavam a assembleia do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) e lamentavam o acontecido. Alguns insistiam em procurar algo nos destroços das barracas, na esperança de encontrar documentos ou ajudavam no recebimento das doações e na organização do local. Outros, no entanto, caminhavam pelo campo sozinhos, cabisbaixos. Uma mulher, moradora de um barraco não-atingido, lavava a louça normalmente, junto com seus cachorros, na tentativa de continuar a vida normalmente.
As crianças ignoravam o incêndio. Sem brinquedos (a maioria foram queimados), os próprios destroços eram utilizados para o lazer – até mesmo lâminas carbonizadas eram usadas. Outro alvo preferido por elas eram os cachorros do local. Apenas os mais velhos pareciam entender o que havia acontecido e, para tentar extrair algo da situação, procuravam cobre entre as cinzas para vender e ganhar algum dinheiro.

Enquanto isso, Escola Municipal Otto de Brito continua a receber as famílias desalojadas. A expectativa é atender todas as 110 atingidas, mesmo as que têm parentes e amigos, porque há garantia de alimentação e doações. Quem estava na escola se dividia entre receber as doações e ajudar na logística do lugar – como limpeza e cozinha. As crianças se distraíam jogando pebolim e bola. Todo o cenário dava um sinal: as pessoas do assentamento Oito de Março querem voltar à vida cotidiana.
Doações
- Espaço Padre Sabino, localizado na rua das Donzelas, próximo ao IFRN das Rocas
- Cruz Vermelha Brasileira, Rua Esplanada Silva Jardim, 03, Ribeira
- Escola Municipal Otto de Brito Guerra, Rua Serra da Jurema, Pitimbú
- Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região, Av. Capitão Mor Gouveia, 3104, Lagoa Nova
- Tribunal de Contas do Estado (TCE/RN), Avenida Presidente Getúlio Vargas, próximo ao Hospital Onofre Lopes, em Petrópolis
Tribuna do Norte
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